quarta-feira, 30 de abril de 2008



Este final de semana fui ao cinema assistir Apenas uma vez (Once),do diretor irlandes John Carney. Ambientado num cenario espetacular que é a cidade de Dublin, o filme foi realizado com um orçamento modesto e filmado em 17 dias. A simplicidade da produçao contribui ainda mais para o que parece obvio,o encontro entre o singelo e a magia numa historia que envolve amor,cumplicidade e esperança.
O filme esta longe de ser um romance piegas,onde o final feliz é aguardado e selado com o beijo dos protagonistas.
A tematica se desenvolve atraves de uma série de cançoes emocionantes que dao contornos à historia.Ele é um rapaz que se divide entre a loja de consertos de aspirador de po do pai e as ruas de Dublin, onde dedilha em um violao velho e quebrado suas composiçoes cheias de sentimentos.Ela, a humilde imigrante tcheca que vende flores pelas ruas da cidade para sustentar a filha e a mae.
O encontro entre os dois personagens representa a uniao de duas historias parecidas de amores mal resolvidos e pendencias sentimentais.
A garota,vivida pela jovem cantora e compositora Markéta Irglová em sua primeira experiencia como atriz,traz no seu frescor e no seu espirito de guerreira, a esperança. Ele,vivido pelo musico Glen Hansard,busca um reconhecimento impulsionado por uma desilusao amorosa que lhe rendeu boas letras e excelentes melodias.
O filme é um musical que foge dos padroes dos tradicionais musicais hollywoodianos. A trilha profunda e ao mesmo tempo simples o acompanha em todos os momentos, fortalecendo imagens soltas,bonitas e repletas de cenas do cotidiano.
A cidade de Dublin que ora mostra suas cores e ora as esconde no céu cinza europeu cria uma atmosfera compativel com a narrativa.
Apenas uma Vez me surpreendeu pela simplicidade com que trata um encontro,emocionando-me profundamente com cançoes que falam de amor e grandes descobertas.

quarta-feira, 23 de abril de 2008


Conhecida pelas famosas estaçoes de ski e pela proximidade com o Mont Blanc,o ponto mais alto dos Alpes, Courmayeur é uma pequena joia que fica no Valle d'Aosta,na Italia divisa com a França. O que separa os dois paises é exatamente o Mont Blanc. Do lado italiano, Courmayeur, do lado frances, Chamonix.A ligaçao entre os dois paises é feita através de um tunel(funivia) que percorre 11611 metros no interior da montanha.
Courmayeur é uma cidade de cerca de 3000 habitantes com paisagens esplendidas,amada por alpinistas e praticantes de ski.
A cidade tem aquele charme de alpes com casinhas tipicas de montanha com a gente tem costume de ver nos filmes.
Minha chegada a Courmayeur foi bastante demorada.Sai cedo de Firenze com destino a Vigevano onde me esperava meu grande amigo Pierre.De carro seguimos até Courmayeur passando por paisagens maravilhosas que iam do Rio Po,Pianura Padana enfim chegando à regiao montanhosa do Valle d'Aosta com seus magnificos castelos.
Atravessamos a pequena Courmayeur até chegar num ponto mais afastado da cidade.Fomos até onde a neve permitia.Ja era março e dava pra ver que muita neve ja estava derretida.Da li em diante deveriamos caminhar à pé.Peguei a minha mala e transportei tudo para uma mochila. Quando ia tirando o secador e colocando na mochila,Pierre me repreendeu dizendo que seria inutil,afinal,a casa nao tinha luz elétrica.
Na verdade a casinha dele é a ultima no pé de uma montanha.Chegamos depois de uma boa caminhada,abrimos a casa,de madeira por dentro e pedras por fora e limpamos tudo.A montanha tinha um ar diverso,mais puro.Um friozinho gostoso,saudavel,prazeroso.Apos separar a lenha que seria necessario para o sistema de aquecimento da casa,nos equipamos com roupas pesadas e maquina fotografica e fomos passear intorno a casa,que ficava no meio do nada.Nenhum vizinho,algumas pessoas que passavam com um cachorro e nos dois...Me lembro que sentamos num bloco fofo de neve e ficamos conversando sobre coisas engraçadas admirando a imensidao de todo aquele branco sem fim.La no alto da montanha alguns animais brincavam entre si e eu brincava com a neve..caindo,levantando,caindo,levantando.
A noite foi tranquila...o sistema de aquecimento da casinha funcionava até bem.Parecia um fogao de lenha de casa de interior.O dificil foi tomar banho no dia seguinte com a agua gelada.
A dura subida para uma amadora sedentaria como eu,tornou-se a melhor viagem da minha vida,descobrindo que cada pegada que eu deixava na neve,aquele barulhinho gostoso,era mais uma prova que eu estava viva.Sim,o ar gelado da montanha faz a gente se sentir mais viva...A viagem a Courmayeur foi o mais belo passeio da minha vida,foi o pedaço de mundo mais lindo que eu ja conheci,de todos os lugares que eu passei.Hoje, tenho certeza que este pedaço, era eu.