Imagens ATCasa e Google
O projeto com o diamante que capta luz solar
O sonho da cidade perfeita já era amplamente discutido nos anos do Renascimento quando o arquiteto Filarete de passagem por Milão, escreveu um tratado que dava forma ao urbanismo utópico. Nele, Filarete desenha uma cidade fantástica chamada Sforzinda que deveria começar a ser construída na data prevista por um astrólogo, com muralhas erguidas de modo a formar um polígono,como uma estrela. No ambicioso projeto, Filarete designava setores para a administração, comércio, hospitais e serviços, numa área verde, com colinas e um rio. As crianças pobres seriam educadas em escolas especiais e existiriam leis severas com o objetivo de ensinar aos habitantes a exercerem a simplicidade. Junto delas, normas de ética e conduta combateriam o caos e contribuiriam para formar uma cidade melhor organizada e mais justa.
A planta da cidade em forma de estrela projetada por Filarete
Mais de 500 anos depois, os jardins da Università Statale di Milano, projetada pelo próprio Filarete, ganham uma instalação do que seria hoje uma cidade ideal. Na programação do Salone del Mobile,treze designers realizaram projetos sustentáveis para a casa ecológica do futuro. Uma construção no estilo oca indígena, uma cúpula de bambú, um diamante que capta os raios solares, uma parede verde que absorve o CO2 da cidade. Tudo isso em um universo que nem Filarete nem Leonardo sonhariam para a nossa degradada realidade urbana. A instalação em Milão, bem como várias manifestações pelo design ecológico durante a programação do Salão, mostram que voltamos para o urbanismo utópico, com a mesma necessidade dos tempos do Renascimento, porém com um caráter muito mais urgente. Precisamos salvar o que ainda resta do nosso planeta.
O Salão do Móvel acontece de 22 a 27 de abril.
A instalação já montada
Reprodução da praça do projeto de Filarete
terça-feira, 21 de abril de 2009
quinta-feira, 16 de abril de 2009
É um parque ou um escritório?
Imagens de yatzer
Criação exige mesmo uma boa dose de fantasia. Para dar uma mãozinha a seus colaboradores, a agência de comunicação Ogilvy&Mather encomendou um projeto diferente para seu escritório em Guangzhou, na China. Ao contrário da Nothing (no post anterior),que optou por linhas clássicas, a Ogilvy pediu ousadia à M Moser Associates, responsável pelo interior design da agência.
Extrapolando o tema Carnival of Ideas, foi criado um ambiente que mais parece um parque de diversões, com direito a carrossel e soldadinhos de chumbo, em um universo lúdico e divertido. A ideia da agência foi aproximar mais a imagem de criatividade atrelada à sua área de atuação dos seus clientes, convidando a um espaço de interação.
O inusitado projeto agradou também os funcionários, que com a pressão de produzir soluções criativas em tempo recorde, poderão desfrutar de um ambiente muito mais inspirador.
Criação exige mesmo uma boa dose de fantasia. Para dar uma mãozinha a seus colaboradores, a agência de comunicação Ogilvy&Mather encomendou um projeto diferente para seu escritório em Guangzhou, na China. Ao contrário da Nothing (no post anterior),que optou por linhas clássicas, a Ogilvy pediu ousadia à M Moser Associates, responsável pelo interior design da agência.
Extrapolando o tema Carnival of Ideas, foi criado um ambiente que mais parece um parque de diversões, com direito a carrossel e soldadinhos de chumbo, em um universo lúdico e divertido. A ideia da agência foi aproximar mais a imagem de criatividade atrelada à sua área de atuação dos seus clientes, convidando a um espaço de interação.
O inusitado projeto agradou também os funcionários, que com a pressão de produzir soluções criativas em tempo recorde, poderão desfrutar de um ambiente muito mais inspirador.
quarta-feira, 15 de abril de 2009
Sem parafuso e sem cola
Imagens Dezeen
No screw,no glue! A técnica do sem parafuso, sem cola é a prova de que o uso de materiais reaproveitáveis pode render projetos superbacanas e de vanguarda. O designer holandês Joost Van Bleiswijk é conhecido por desenvolver objetos e até inteiros ambientes aplicando esta técnica, que ele mesmo criou.
A última empreitada de Van Bleiswijk é a sede da premiada agência de comunicação Nothing, em Amsterdam, inteiramente realizada em papelão. Apesar do material inusitado, o estilo do escritório segue linhas muito clássicas.
Foram utilizados mais de 500 metros quadrados de papelão cortado a laser, num total de 1500 elementos montados como paredes, divisórias, mesas e estantes, formando um ambiente de trabalho feito 100% de papelão. O material barato ganha ares nobres e a atmosfera de pura criatividade é um convite a desenvolver novas idéias. Junto com Van Bleiswijk, assina o projeto o designer Alrik Koudenburg.
No screw,no glue! A técnica do sem parafuso, sem cola é a prova de que o uso de materiais reaproveitáveis pode render projetos superbacanas e de vanguarda. O designer holandês Joost Van Bleiswijk é conhecido por desenvolver objetos e até inteiros ambientes aplicando esta técnica, que ele mesmo criou.
A última empreitada de Van Bleiswijk é a sede da premiada agência de comunicação Nothing, em Amsterdam, inteiramente realizada em papelão. Apesar do material inusitado, o estilo do escritório segue linhas muito clássicas.
Foram utilizados mais de 500 metros quadrados de papelão cortado a laser, num total de 1500 elementos montados como paredes, divisórias, mesas e estantes, formando um ambiente de trabalho feito 100% de papelão. O material barato ganha ares nobres e a atmosfera de pura criatividade é um convite a desenvolver novas idéias. Junto com Van Bleiswijk, assina o projeto o designer Alrik Koudenburg.
terça-feira, 14 de abril de 2009
Arte para o mar
Imagens site Whaleless
A arte de Ryan Obermeyer
A arte é a mais bela forma de manifestação de ideias, pensamentos e defesa de pontos de vista. As cores, imagens e formas podem ter ainda mais impacto se o que lhes motiva é o sentimento de raiva, indignação e solidariedade à causa da extinção dos grandes mamíferos marinhos.
O projeto Whaleless nasceu a partir da união de artistas do mundo inteiro que realizaram trabalhos para comunicar sua consciência e respeito pelo meio ambiente. Através da arte, estas pessoas querem mostrar como a poluição, a prática da pesca e outras atividades feitas de maneira não sutentável têm contribuído para o gradual desaparecimento de baleias e golfinhos nos nossos oceanos.
Da Itália à Colômbia, da China à Argentina, são mais de 30 artistas contribuindo com o projeto, que já passou por galerias em Londres, La Rochelle, Florença e Berlim e agora volta à Itália para o Festival de Fotografia Europeia de Reggio Emilia, no dia 30 de abril.
O idealizador é Giovanni Cervi, da Pigmagazine, uma publicação italiana.
A ideia de Ansgar Noeth
A obra de Catalina Estrada
Guillermo Rigattieri
A arte de Ryan Obermeyer
A arte é a mais bela forma de manifestação de ideias, pensamentos e defesa de pontos de vista. As cores, imagens e formas podem ter ainda mais impacto se o que lhes motiva é o sentimento de raiva, indignação e solidariedade à causa da extinção dos grandes mamíferos marinhos.
O projeto Whaleless nasceu a partir da união de artistas do mundo inteiro que realizaram trabalhos para comunicar sua consciência e respeito pelo meio ambiente. Através da arte, estas pessoas querem mostrar como a poluição, a prática da pesca e outras atividades feitas de maneira não sutentável têm contribuído para o gradual desaparecimento de baleias e golfinhos nos nossos oceanos.
Da Itália à Colômbia, da China à Argentina, são mais de 30 artistas contribuindo com o projeto, que já passou por galerias em Londres, La Rochelle, Florença e Berlim e agora volta à Itália para o Festival de Fotografia Europeia de Reggio Emilia, no dia 30 de abril.
O idealizador é Giovanni Cervi, da Pigmagazine, uma publicação italiana.
A ideia de Ansgar Noeth
A obra de Catalina Estrada
Guillermo Rigattieri
domingo, 12 de abril de 2009
Aqui ou em qualquer lugar
Fotos Isabela
As árvores da Bernardo Monteiro
Tem dia que o lugar onde a gente menos quer estar é exatamente onde a gente está. A cabeça viaja por outros parques, bosques, avenidas, estradas, tentando buscar o prazer de momentos perdidos que não voltam nunca mais.
No caminho do aeroporto, tenho me deparado com outdoors da nova campanha do Citibank, onde o espelho d'água da Praça da Liberdade é comparado aquele do Taj Mahal e o Mineirão fica lado a lado com o Coliseu. Há algumas semanas, essa campanha é a primeira coisa que eu penso quando sinto falta de lugares mágicos onde estive.
Ora, mas se é a mente que tudo comanda, como é possível me privar de sensações de alegria e prazer onde quer que eu vá, seja no Parque Guel ou no Parque Municipal.
As saudades da Índia, dos seus sabores e da simplicidade de sua gente foi fácil de matar. Bastou um passeio no sábado de manhã pela feirinha do Colégio Arnaldo para encontrar um casal de indianos sorridentes,prontos a oferecer saborosas samosas, lassi e tanta simpatia, por um preço justo e satisfação garantida.
E a coisa não parou por aí. Bastou um olhar mais atento, uma sensibilidade mais aguçada e um coração mais aberto pra perceber que as frondosas árvores da Bernardo Monteiro, onde a feira acontece, trazem a maravilhosa sensação de atravessar as Ramblas de Barcelona. Entendi então, a razão da campanha do Citibank martelando na minha cabeça todos estes dias, era um sinal pra olhar com mais calma e compreensão ao meu redor.
Um momento mágico não faz questão de cenário perfeito para se perpetuar. A mente da gente tem sempre espaço pra reconhecer em cada segundo o que ele tem de especial. Seja no presente, seja no passado, aqui ou em qualquer lugar.
A Índia em BH - O Beto adorou a comida e a simpatia do casal indiano
As árvores da Bernardo Monteiro
Tem dia que o lugar onde a gente menos quer estar é exatamente onde a gente está. A cabeça viaja por outros parques, bosques, avenidas, estradas, tentando buscar o prazer de momentos perdidos que não voltam nunca mais.
No caminho do aeroporto, tenho me deparado com outdoors da nova campanha do Citibank, onde o espelho d'água da Praça da Liberdade é comparado aquele do Taj Mahal e o Mineirão fica lado a lado com o Coliseu. Há algumas semanas, essa campanha é a primeira coisa que eu penso quando sinto falta de lugares mágicos onde estive.
Ora, mas se é a mente que tudo comanda, como é possível me privar de sensações de alegria e prazer onde quer que eu vá, seja no Parque Guel ou no Parque Municipal.
As saudades da Índia, dos seus sabores e da simplicidade de sua gente foi fácil de matar. Bastou um passeio no sábado de manhã pela feirinha do Colégio Arnaldo para encontrar um casal de indianos sorridentes,prontos a oferecer saborosas samosas, lassi e tanta simpatia, por um preço justo e satisfação garantida.
E a coisa não parou por aí. Bastou um olhar mais atento, uma sensibilidade mais aguçada e um coração mais aberto pra perceber que as frondosas árvores da Bernardo Monteiro, onde a feira acontece, trazem a maravilhosa sensação de atravessar as Ramblas de Barcelona. Entendi então, a razão da campanha do Citibank martelando na minha cabeça todos estes dias, era um sinal pra olhar com mais calma e compreensão ao meu redor.
Um momento mágico não faz questão de cenário perfeito para se perpetuar. A mente da gente tem sempre espaço pra reconhecer em cada segundo o que ele tem de especial. Seja no presente, seja no passado, aqui ou em qualquer lugar.
A Índia em BH - O Beto adorou a comida e a simpatia do casal indiano
quarta-feira, 8 de abril de 2009
Biodesign e arquitetura de emergência
Imagens Corriere Casa
Superadobe Domes,projetado em 1991, por Nader Khalili. As casas foram utilizadas no Iran e Iraque
A arquitetura é algo fantástico e acredito que seremos muito mais dependentes dela em um futuro próximo do que podemos imaginar. Admiro e confio no trabalho dos arquitetos para o desenvolvimento de soluções das quais dependerão não só nosso bem estar, mas nossa própria sobrevivência.
A criatividade é nossa única arma contra o panorama que nós mesmos criamos ao longo dos anos. As situações de emergência são mais previsíveis na mente de quem está mais consciente e o mundo precisa cada vez mais de defensores.
O terremoto da Itália colocou mais essa discussão na pauta. Aqui, estão alguns exemplos de arquitetura para emergência, o trabalho de gente que une ética e pesquisa, a serviço da humanidade, princípios que devem permear sempre o trabalho de qualquer arquiteto.
A Igreja foi construída em Kobe, por Shigeru Ban, depois de um terremoto, em 1995.Foi edificada em 58 tubos de papelão
Na África, a casa foi feita inteiramente com latas, no projeto de Michael Hoenes
Reutilizando pneus velhos, assim projeta casas Michael Reynolds
Superadobe Domes,projetado em 1991, por Nader Khalili. As casas foram utilizadas no Iran e Iraque
A arquitetura é algo fantástico e acredito que seremos muito mais dependentes dela em um futuro próximo do que podemos imaginar. Admiro e confio no trabalho dos arquitetos para o desenvolvimento de soluções das quais dependerão não só nosso bem estar, mas nossa própria sobrevivência.
A criatividade é nossa única arma contra o panorama que nós mesmos criamos ao longo dos anos. As situações de emergência são mais previsíveis na mente de quem está mais consciente e o mundo precisa cada vez mais de defensores.
O terremoto da Itália colocou mais essa discussão na pauta. Aqui, estão alguns exemplos de arquitetura para emergência, o trabalho de gente que une ética e pesquisa, a serviço da humanidade, princípios que devem permear sempre o trabalho de qualquer arquiteto.
A Igreja foi construída em Kobe, por Shigeru Ban, depois de um terremoto, em 1995.Foi edificada em 58 tubos de papelão
Na África, a casa foi feita inteiramente com latas, no projeto de Michael Hoenes
Reutilizando pneus velhos, assim projeta casas Michael Reynolds
Caminhando na imensidão
Foto de Piermaria Greppi
Essa é Courmayeur,na divisa da Itália com a França.
A imensidão das montanhas me fez sentir pequena e eu olhava tudo tentando compreender o nada que eu tinha dentro. A Páscoa em Courmayeur foi uma das viagens mais lindas de toda minha vida. Ali, vi que eu podia ser grande como as montanhas, mesmo que diante delas,não passasse de uma menininha,com uma mochila nas costas e um sticker pra ajudar na caminhada.
Essa é Courmayeur,na divisa da Itália com a França.
A imensidão das montanhas me fez sentir pequena e eu olhava tudo tentando compreender o nada que eu tinha dentro. A Páscoa em Courmayeur foi uma das viagens mais lindas de toda minha vida. Ali, vi que eu podia ser grande como as montanhas, mesmo que diante delas,não passasse de uma menininha,com uma mochila nas costas e um sticker pra ajudar na caminhada.
segunda-feira, 6 de abril de 2009
Lembranças de L´Aquila
Imagens Corriere della Sera
Guardo apenas algumas lembranças dos dois dias em que estive em L'Aquila, em parte destruída pelo terremoto dessa madrugada. A montanha coberta de neve, as luvas e a grapa pra espantar o frio, o mercado lotado no feriado, o sabor do torrone Nurzia, o som do piano, a cama com gatos, um filme e muitas risadas, a fita cassete no rádio do carro, uma fonte medieval de 99 canais repleta de simbolismos ocultos e um passeio belíssimo pelo jardim de uma linda igreja. Apaguei todas as fotos daquele período, apaguei L'Aquila da memória.
Hoje, a lembrança de L'Aquila voltou permeada por preocupação e tristeza. L'Aquila quer dizer "A Águia", símbolo da força, da grandeza e da majestade.A águia também é iniciadora e regeneradora, trazendo em si tanto o poder da vida como o da morte.
É da força da águia que todos os aquilanos precisam hoje. A minha lembrança vem em forma de compaixão e de uma vontade imensa de que como a águia, a cidade possa logo renascer.
Guardo apenas algumas lembranças dos dois dias em que estive em L'Aquila, em parte destruída pelo terremoto dessa madrugada. A montanha coberta de neve, as luvas e a grapa pra espantar o frio, o mercado lotado no feriado, o sabor do torrone Nurzia, o som do piano, a cama com gatos, um filme e muitas risadas, a fita cassete no rádio do carro, uma fonte medieval de 99 canais repleta de simbolismos ocultos e um passeio belíssimo pelo jardim de uma linda igreja. Apaguei todas as fotos daquele período, apaguei L'Aquila da memória.
Hoje, a lembrança de L'Aquila voltou permeada por preocupação e tristeza. L'Aquila quer dizer "A Águia", símbolo da força, da grandeza e da majestade.A águia também é iniciadora e regeneradora, trazendo em si tanto o poder da vida como o da morte.
É da força da águia que todos os aquilanos precisam hoje. A minha lembrança vem em forma de compaixão e de uma vontade imensa de que como a águia, a cidade possa logo renascer.
domingo, 5 de abril de 2009
Esperando as flores
Imagem Google
Não aguento mais viver com ele, só estou fazendo esse esforço pra dividir o aluguel, até encontrar uma casa nova pra morar, me disse uma amiga.
Eu estava junto quando eles se conheceram. Ele passava em frente ao trabalho dela todos os dias, mas morria de vergonha de entrar e se apresentar. Era alto, bonito, bem vestido, articulado, tinha estudado ciências políticas.
Ela estava saindo de mais uma confusão amorosa com seus homens mais velhos, estabelecidos na vida, com casa em bairro nobre, carro do ano e viagens mensais ao exterior. Quando ela entrava numa dessas, eu sempre dizia... Mmmm...45 anos, bonito, rico e solteiro...se prestasse não estava sozinho. Ela dizia: ai, ele é um amor, abre a porta do carro pra mim, me dá flores e me leva pra jantar pelo menos uma vez por semana. Mas depois do primeiro mês, ela não conseguia entender a cabeça deles, sempre em crise com o tempo que tinha passado veloz, as lembranças que não os deixavam livres, a culpa por ter deixado para trás mulheres extraordinárias.
E enquanto o blá,blá,blá continuava ela se sentia uma psicóloga ninfeta, sentada pacientemente com a cabeça de seus homens no colo, escutando histórias das quais não fazia parte.
Pois o dia que ela conheceu este último, tudo mudou. Ele tinha 26 anos, era mais novo que ela, tinha cara de bom menino, idéias revolucionárias sobre a vida, a política, a economia. Acreditava que o mundo seria salvo através da consciência de cada um, mas não dispensava saídas noturnas nos bares da moda, nem as camisetas grifadas e um blazer de lã.
Em dois meses ele se mudou pra casa dela. Não tinha arrependimentos, traumas, ciúmes, inseguranças. Podiam ficar horas conversando sobre suas diferenças, seus sonhos e suas experiências. Viveram assim por 2 anos até que um dia ela não suportou que ele não abrisse a porta do carro e nem elogiasse a comida que tinha feito pro jantar. Reclamou da conta que tinha sempre que dividir, de suas queixas que ela estava fora de forma e já não era tão linda quanto antes.
Ofendido, ele pegou o pijama e foi dormir no porão, onde ela tinha montado um quarto de hóspedes decorado com quadros que ela mesmo pintava.
No dia seguinte ela ligou para Francesco, o primeiro namorado coroa que ela teve. Na época ela tinha 17 e ele 45. Francesco continuava solteiro, jogando polo, tocando a vinícola e o restaurante e fazendo viagens de negócio pelo mundo. Combinaram de se encontrar aquela noite.
Ela vestiu uma blusa colada vermelha, uma calça cigarrete de cetim preta, salto alto, maquiagem. Ele passou na porta de sua casa com um carro antigo da coleção da família. Desceu, abriu a porta e lhe deu um beijo no rosto. Do jeito que ela gostava. Falaram sobre seus amores, sua histórias e, enquanto a conversa fluia, ela teve a sensação de estar escutando as mesmas coisas de 10 anos atrás.
Ela pensou em seu garoto que dormia no porão, no quanto ele era doce quando falava do sol. Disse que ia ao banheiro. Lá fora chovia. Tirou o sapato de salto e correu, correu pra bem longe. Já cansada, diminuiu o ritmo dos passos. Escutou uma música que vinha de um bar estranho e resolveu parar. Era uma pizzaria de um velho senhor. Pediu 2 pedaços de pizza pra levar consigo. Chegou em casa ensopada, maquiagem borrada e a flor da pano que tinha pregada na camiseta estava murcha como uma flor de verdade. Abriu a porta do porão e assim, frágil como uma rosa encarou envergonhada o jovem amor: Trouxe uma pizza,hoje não tive tempo de te preparar o jantar. Ele sorriu e respondeu: Tudo bem, eu me esqueci de dizer o quanto você está linda.
Não aguento mais viver com ele, só estou fazendo esse esforço pra dividir o aluguel, até encontrar uma casa nova pra morar, me disse uma amiga.
Eu estava junto quando eles se conheceram. Ele passava em frente ao trabalho dela todos os dias, mas morria de vergonha de entrar e se apresentar. Era alto, bonito, bem vestido, articulado, tinha estudado ciências políticas.
Ela estava saindo de mais uma confusão amorosa com seus homens mais velhos, estabelecidos na vida, com casa em bairro nobre, carro do ano e viagens mensais ao exterior. Quando ela entrava numa dessas, eu sempre dizia... Mmmm...45 anos, bonito, rico e solteiro...se prestasse não estava sozinho. Ela dizia: ai, ele é um amor, abre a porta do carro pra mim, me dá flores e me leva pra jantar pelo menos uma vez por semana. Mas depois do primeiro mês, ela não conseguia entender a cabeça deles, sempre em crise com o tempo que tinha passado veloz, as lembranças que não os deixavam livres, a culpa por ter deixado para trás mulheres extraordinárias.
E enquanto o blá,blá,blá continuava ela se sentia uma psicóloga ninfeta, sentada pacientemente com a cabeça de seus homens no colo, escutando histórias das quais não fazia parte.
Pois o dia que ela conheceu este último, tudo mudou. Ele tinha 26 anos, era mais novo que ela, tinha cara de bom menino, idéias revolucionárias sobre a vida, a política, a economia. Acreditava que o mundo seria salvo através da consciência de cada um, mas não dispensava saídas noturnas nos bares da moda, nem as camisetas grifadas e um blazer de lã.
Em dois meses ele se mudou pra casa dela. Não tinha arrependimentos, traumas, ciúmes, inseguranças. Podiam ficar horas conversando sobre suas diferenças, seus sonhos e suas experiências. Viveram assim por 2 anos até que um dia ela não suportou que ele não abrisse a porta do carro e nem elogiasse a comida que tinha feito pro jantar. Reclamou da conta que tinha sempre que dividir, de suas queixas que ela estava fora de forma e já não era tão linda quanto antes.
Ofendido, ele pegou o pijama e foi dormir no porão, onde ela tinha montado um quarto de hóspedes decorado com quadros que ela mesmo pintava.
No dia seguinte ela ligou para Francesco, o primeiro namorado coroa que ela teve. Na época ela tinha 17 e ele 45. Francesco continuava solteiro, jogando polo, tocando a vinícola e o restaurante e fazendo viagens de negócio pelo mundo. Combinaram de se encontrar aquela noite.
Ela vestiu uma blusa colada vermelha, uma calça cigarrete de cetim preta, salto alto, maquiagem. Ele passou na porta de sua casa com um carro antigo da coleção da família. Desceu, abriu a porta e lhe deu um beijo no rosto. Do jeito que ela gostava. Falaram sobre seus amores, sua histórias e, enquanto a conversa fluia, ela teve a sensação de estar escutando as mesmas coisas de 10 anos atrás.
Ela pensou em seu garoto que dormia no porão, no quanto ele era doce quando falava do sol. Disse que ia ao banheiro. Lá fora chovia. Tirou o sapato de salto e correu, correu pra bem longe. Já cansada, diminuiu o ritmo dos passos. Escutou uma música que vinha de um bar estranho e resolveu parar. Era uma pizzaria de um velho senhor. Pediu 2 pedaços de pizza pra levar consigo. Chegou em casa ensopada, maquiagem borrada e a flor da pano que tinha pregada na camiseta estava murcha como uma flor de verdade. Abriu a porta do porão e assim, frágil como uma rosa encarou envergonhada o jovem amor: Trouxe uma pizza,hoje não tive tempo de te preparar o jantar. Ele sorriu e respondeu: Tudo bem, eu me esqueci de dizer o quanto você está linda.
quinta-feira, 2 de abril de 2009
Economia, ecologia e estilo, os três E´s
Imagens CorriereCasa
A poltrona Rag Chair, de Tejo Remy é feita com sacos de panos de chão.
Estes são alguns exemplos de objetos sustentáveis. A ideia é minimizar o impacto ambiental e o desperdício em recursos, na concepção de produtos funcionais e bonitos.
Alguns dos maiores designers contemporâneos têm realizado projetos que nascem da relação entre o homem e a terra onde vive. Estes profissionais defendem que já não existe mais espaço para a diferença entre os conceitos de design e ecodesign. O projeto contemporâneo deve seguir na direção única da sustentabilidade. Hoje, as exigências ambientais tornaram-se pré-requisitos do design. É possível unir economia, ecologia e estilo.
Vestido StarckNaked desenhado por Philippe Starck. O tubinho em microfibra se transforma conforme "o gosto do freguês", versatilidade e economia no guarda roupas
A Cookie Cup, desenhada por Enrique Luis Sardi, é feita de uma massa doce com glacê isolante. Que delícia!
O lustre Optical foi feito com 4500 lentes de óculos de vista. A peça é do designer Stuart Haygarth
O primeiro caixão ecológico do mundo foi projetado pelo irlandês Hezel Selina e é feito com 100% papel reciclado.
A poltrona Rag Chair, de Tejo Remy é feita com sacos de panos de chão.
Estes são alguns exemplos de objetos sustentáveis. A ideia é minimizar o impacto ambiental e o desperdício em recursos, na concepção de produtos funcionais e bonitos.
Alguns dos maiores designers contemporâneos têm realizado projetos que nascem da relação entre o homem e a terra onde vive. Estes profissionais defendem que já não existe mais espaço para a diferença entre os conceitos de design e ecodesign. O projeto contemporâneo deve seguir na direção única da sustentabilidade. Hoje, as exigências ambientais tornaram-se pré-requisitos do design. É possível unir economia, ecologia e estilo.
Vestido StarckNaked desenhado por Philippe Starck. O tubinho em microfibra se transforma conforme "o gosto do freguês", versatilidade e economia no guarda roupas
A Cookie Cup, desenhada por Enrique Luis Sardi, é feita de uma massa doce com glacê isolante. Que delícia!
O lustre Optical foi feito com 4500 lentes de óculos de vista. A peça é do designer Stuart Haygarth
O primeiro caixão ecológico do mundo foi projetado pelo irlandês Hezel Selina e é feito com 100% papel reciclado.
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