sexta-feira, 1 de maio de 2009

Sem perdão

Imagens Google e site Savedelara


É possível que as obras de arte realizadas por Delara Delaba tenham um valor e um efeito maior a partir de hoje, data de sua morte. Aos 23 anos, Delara foi executada nesta manhã, em uma prisão no Irã. Ela foi enforcada. A pintora tinha 17 anos quando foi obrigada pelo namorado de 19 a assumir a culpa em um assassinato. Eles acreditavam que sendo menor de idade, ela estaria livre da pena de morte.
Nos anos em que passou na prisão, Delara transformou o inferno que viveu em expressivas obras de arte, relatando em imagens a solidão, o medo da morte, a angústia e a impotência. "Há três anos eu tento me defender usando cores, formas e palavras. Estas pinturas são meu juramento pelo que eu não fiz. Assim, talvez as cores vão me devolver à vida", disse Darabi, autoentitulada "prisioneira das cores".
De acordo com a lei iraniana, chamada "sharia", os menores de idade são considerados adultos e não estão isentos da pena de morte no caso de homicídio. O acusado pode livrar-se de seu destino se houver o perdão da família da vítima, que deve receber ainda uma quantia em dinheiro, caso haja um acordo. Não foi o que aconteceu com Delara.
Apesar da grande mobilização internacional, manifestações de entidades em prol dos direitos humanos, massivas ações da sociedade mundial,nada pôde ser feito. Delara ficará na lembrança das cores sombrias de suas pinturas, na angústia extrema de suas formas. Pelo menos 30 jovens estão no corredor da morte no Irã. De acordo com a Anistia Internacional, o Irã é o segundo país com o maior número de execuções no mundo, perdendo apenas para a China.

Algumas das pinturas de Delara






2 comentários:

Daniel disse...

É uma pena! (...) Além de jovem e boa artista, morreu literalmente pelo outro. Difícl acreditar que em determinadas culturas a mulher é apenas "um naco de carne ambulante". Bjus.

http://contesta-acao.blogspot.com

Adriana disse...

Que historia triste, quase inacreditavel...