Foto site The Independent
Marco Pontecorvo e Miloud Oukili em Veneza
Este palhaço aí em cima é Miloud Oukili. Ele nasceu em Paris de mãe francesa e pai algeriano.Miloud se formou em artes circenses e, em 1992,aos vinte e poucos anos, voou para a Romênia para trabalhar para uma organização internacional como animador de orfanatos e hospitais.Chegando em Bucarest,Miloud conheceu os "boskettari", as milhares de crianças vítimas da situação caótica que o país viveu logo após o fim a ditadura do líder comunista Ceausescu. Estes meninos viviam no submundo das ruas de Bucarest,abandonados por famílias desesperadas,dormindo em meio à imundície e sobrevivendo de furtos e prostituição. Milouk encontrou os meninos nos canais subterrâneos da cidade onde se escondiam do frio e da chuva.O primeiro contato veio através da curiosidade das crianças que adoravam mexer em sua bolsa e ver seus apetrechos de palhaço.Aos poucos,Miloud foi ganhando sua confiança,fazendo seus espetáculos e aflorando neles sentimentos adormecidos pelo sofrimento e miséria.Miloud começou a ensinar-lhes a arte do circo e depois de algum tempo conseguiu formar com estes meninos uma companhia circense. A maior prova de que era possível recuperar seus sonhos veio com a apresentação da trupe na maior praça de Bucarest,que simbolizou a conquista da confiança e dignidade das crianças.Milouk fundou então a Parada,um centro que acolhe meninos em situação de risco de toda Romênia. Lá,eles realizam atividades de artes,laboratórios de teatro,circo e acrobacia,além de receberem asssitência psicológica e orientação profissional.
A história de Milouk e seus meninos de Bucarest é contada pelo filme Parada,do diretor italiano Marco Pontecorvo que foi aplaudido por 12 minutos consecutivos no último Festival de Veneza. Não poderia vir num melhor momento um filme que trata com sensibilidade a questão das crianças romenas ao mesmo tempo em que o governante do país resolve realizar um censo da população cigana na Itália.
Para Milouk,ainda há muito o que fazer. "As milhares de crianças que foram salvas não podem ser comparadas às outras milhares que ainda estão nas ruas e não conhecem o que é alegria e esperança",disse em Veneza.
Para Pontecorvo,não é necessário ir à Bucarest."Basta ir ao subúrbio de Paris,ou qualquer outra grande metrópole para encontrar crianças cuja infância lhes foi negada",disse.
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