Imagem Google
Quando o errado é o certo
A gente tira o sapato
E pisa no nosso hemisfério
Quando o certo vira passado
A gente pega o que era o errado
Monta um novo mapa e tenta se manter acordado
Percorre as avenidas internas
Encontra novas janelas
Respira pela pele
Quando o errado mostra o certo
A dor vira progresso
sábado, 21 de novembro de 2009
sexta-feira, 4 de setembro de 2009
Totó democrático
Imagens Corriere della Sera
Quando eu era criança adorava jogar totó com meus primos, apesar de ser fraquíssima e perder todas as partidas. Foi pura diversão quando descobri o totó, mas não achava graça nenhuma quando nas pescarias da festa junina da escola, acabava ganhando aquele sem graça jogo de botão com os brasões Atlético/Cruzeiro ou Flamengo/Botafogo.
Gostava mesmo era dos estojinhos de maquiagem. Quando meus pais saíam e minha avó ficava em casa cuidando da gente, eu aproveitava a sua falta de autoridade pra me pintar todinha. Me lembro ainda hoje da cara dela de desespero tentando me limpar antes que minha mãe chegasse.
Enfim, nos jogos de criança, pelo menos na minha época, tinha aquela coisa de menina brincar de boneca, menino brincar de bola. O contrário era totalmente estranho a tal ponto de fazer a gente se sentir em culpa por gostar de jogos de meninos. Adultos estúpidos...
Ainda bem que hoje as coisas estão mais democráticas. Se o mundo do futebol era (e ainda é) visto como um universo predominantemente masculino, por que não dar um toque feminino na coisa?
Foi o que fez a designer francesa Chloe Ruchon ao desenvolver uma mesa de totó feita com vinte e duas Barbies loiras, morenas e ruivas, vestidas em look esportivo. O brinquedo foi realizado em parceria com a Mattel e a BabyFoot Bonzini, tradicional empresa francesa que fabrica mesas de totó. Em série limitada, o "BarbieFoot" custa 10 mil euros. Só o preço não é democrático.
Quando eu era criança adorava jogar totó com meus primos, apesar de ser fraquíssima e perder todas as partidas. Foi pura diversão quando descobri o totó, mas não achava graça nenhuma quando nas pescarias da festa junina da escola, acabava ganhando aquele sem graça jogo de botão com os brasões Atlético/Cruzeiro ou Flamengo/Botafogo.
Gostava mesmo era dos estojinhos de maquiagem. Quando meus pais saíam e minha avó ficava em casa cuidando da gente, eu aproveitava a sua falta de autoridade pra me pintar todinha. Me lembro ainda hoje da cara dela de desespero tentando me limpar antes que minha mãe chegasse.
Enfim, nos jogos de criança, pelo menos na minha época, tinha aquela coisa de menina brincar de boneca, menino brincar de bola. O contrário era totalmente estranho a tal ponto de fazer a gente se sentir em culpa por gostar de jogos de meninos. Adultos estúpidos...
Ainda bem que hoje as coisas estão mais democráticas. Se o mundo do futebol era (e ainda é) visto como um universo predominantemente masculino, por que não dar um toque feminino na coisa?
Foi o que fez a designer francesa Chloe Ruchon ao desenvolver uma mesa de totó feita com vinte e duas Barbies loiras, morenas e ruivas, vestidas em look esportivo. O brinquedo foi realizado em parceria com a Mattel e a BabyFoot Bonzini, tradicional empresa francesa que fabrica mesas de totó. Em série limitada, o "BarbieFoot" custa 10 mil euros. Só o preço não é democrático.
quinta-feira, 27 de agosto de 2009
Muito além do vinho
Imagem Green Cork
Finalmente o inverno resolveu dar as caras. Os dias mais nublados também têm o seu fascínio, ainda mais quando se tornam cada vez menos frequentes.
Pra muita gente, frio é sinônimo de vinhozinho à mesa, para alguns, saboreá-lo independe da estação. Na Itália, ao menos um terço da população bebe vinho cotidianamente. Mas alguém já parou para pensar pra onde vão as rolhas dessa quantidade infindável de vinho que o mundo todo consome?
O Rilegno, um consórcio italiano para a recuperação e a reciclagem de embalagens de madeira, está mobilizando em todo o país um movimento para recolher as rolhas usadas nas casas, restaurantes, bares e hotéis. Pouca gente sabe, mas o material é 100% reaproveitável e pode ser utilizado de várias maneiras, em painéis de isolamento, objetos artísticos, sapatos, produtos para a construção civil e instrumentos musicais.
No mundo inteiro, são extraídas 300 mil toneladas de cortiça por ano. A cortiça é retirada da casca das árvores e, como qualquer produto natural, é limitada.
Um movimento similar já tem força em Portugal, o GREEN CORK - Programa de Reciclagem de Rolhas de Cortiça. O projeto defende o reaproveitamento das rolhas como solução para preservar o meio ambiente e pretende em 5 anos, plantar e cuidar de 1 milhão de árvores.
E se no Brasil temos ainda pouca informação sobre a reciclagem das rolhas, podemos fazer nossa parte separando plástico, metal, papel e vidro dos orgânicos. Não tem nenhum segredo.
Para visitar o site dos dois programas
http://www.earth-condominium.com/port/green.html
http://www.tappoachi.it/
Finalmente o inverno resolveu dar as caras. Os dias mais nublados também têm o seu fascínio, ainda mais quando se tornam cada vez menos frequentes.
Pra muita gente, frio é sinônimo de vinhozinho à mesa, para alguns, saboreá-lo independe da estação. Na Itália, ao menos um terço da população bebe vinho cotidianamente. Mas alguém já parou para pensar pra onde vão as rolhas dessa quantidade infindável de vinho que o mundo todo consome?
O Rilegno, um consórcio italiano para a recuperação e a reciclagem de embalagens de madeira, está mobilizando em todo o país um movimento para recolher as rolhas usadas nas casas, restaurantes, bares e hotéis. Pouca gente sabe, mas o material é 100% reaproveitável e pode ser utilizado de várias maneiras, em painéis de isolamento, objetos artísticos, sapatos, produtos para a construção civil e instrumentos musicais.
No mundo inteiro, são extraídas 300 mil toneladas de cortiça por ano. A cortiça é retirada da casca das árvores e, como qualquer produto natural, é limitada.
Um movimento similar já tem força em Portugal, o GREEN CORK - Programa de Reciclagem de Rolhas de Cortiça. O projeto defende o reaproveitamento das rolhas como solução para preservar o meio ambiente e pretende em 5 anos, plantar e cuidar de 1 milhão de árvores.
E se no Brasil temos ainda pouca informação sobre a reciclagem das rolhas, podemos fazer nossa parte separando plástico, metal, papel e vidro dos orgânicos. Não tem nenhum segredo.
Para visitar o site dos dois programas
http://www.earth-condominium.com/port/green.html
http://www.tappoachi.it/
quarta-feira, 22 de julho de 2009
Lamentável
Imagens Correio Braziliense
Notícia triste do dia: Igrejinha sofre vandalismo e irá abrir somente nos horários de missa.
A igrejinha aqui de Brasília da qual eu falei alguns posts atrás sofre com o vandalismo. Rabiscaram a imagem da Nossa Senhora com caneta esferográfica e carvão... Será que Deus perdoa ignorância?
Notícia triste do dia: Igrejinha sofre vandalismo e irá abrir somente nos horários de missa.
A igrejinha aqui de Brasília da qual eu falei alguns posts atrás sofre com o vandalismo. Rabiscaram a imagem da Nossa Senhora com caneta esferográfica e carvão... Será que Deus perdoa ignorância?
segunda-feira, 13 de julho de 2009
A Síndrome de Firenze
Me surpreendi com este vídeo fantástico hoje, enquanto almoçava em um restaurante perto de casa. É a única hora do dia em que vejo TV.
Antes mesmo que aparecesse o letreiro no final do filme eu já sabia do que se tratava, a maravilha do Inhotim.
Excelente trabalho da agência Filadélfia, produção mineira de encher a gente de orgulho. O filme foi inspirado na Síndrome de Sthendal, um fenômeno descrito pelo escritor francês Sthendal como uma série de sintomas como falta de ar, palpitação, taquicardia, vertigem e desmaios em pessoas que visitaram a Galleria degli Uffizi, em Firenze.
A Síndrome de Sthendal é conhecida também como Síndrome de Firenze. Em 1817, de passagem pela cidade, Sthendal foi completamente absorvido pelos sintomas descritos ao visitar os locais que abrigam obras de arte.
"Havia atingido aquele nível de emoção onde se encontram as sensações celestes das artes e dos sentimentos apaixonados. Saindo da Santa Croce o coração bateu forte, caminhava temendo cair"
Em 1979, a psiquiatra Graziella Magherini analisou mais de 100 casos em turistas que visitaram Firenze. Entre os afetados, indivíduos de formação clássica, europeus e japoneses sensíveis à arte.
E pesquisando sobre o vídeo do Inhotim, descobri que sofri e ainda sofro a tal da Síndrome de Firenze. É realmente difícil explicar o encanto, a admiração, a atmosfera envolvente e perturbadora que Firenze causa na gente. Ali, eu não deixei somente parte da minha história, em Firenze, deixei também parte do meu coração.
E se um escritor francês descobriu que Firenze pode ser doentia, eu posso dizer que ela me deu muito mais que paixão, ela me ensinou a amar.
Firenze, vista por mim
sexta-feira, 10 de julho de 2009
Cheios de estilo
Imagem Iara Vitral
Num mundo de regras, ditames e imposições de tendências, eles querem ser diferentes. Não para chocar, ser rebeldes ou outro motivo semelhante, mas simplesmente para desafiar o convencional e buscar a beleza nas coisas não óbvias. Vitrines, revistas, catálogos e novelas passam longe de serem fontes de inspiração para essas pessoas. O foco do olhar está nas ruas, no design, na arquitetura, na literatura e nas artes. Na verdade, o papel social da moda é expressar valores, e essa turma, considerada por muitos alternativa e fora do comum, leva tudo isso muito ao pé da letra.
“Amo a moda, mas acho importante trabalhar a evolução do pensamento e não condicioná-la somente a estilo e status”, filosofa Uiara Andrade, assistente de estilo da grife Tereza Santos. Com experiência sólida no setor, Uiara, que aos 18 anos começou sua trajetória como modelo, tem uma visão muito particular da moda. Para ela, estética e comportamento devem andar juntos. “Sempre procurei desmitificar regras, o que engorda, o que cai bem, o que não cai. Meu olhar procura trabalhar com o que falta e com o que pode ser feito”, explica.
Para continuar lendo esta matéria que fiz para a Revista Encontro, clique aqui
Num mundo de regras, ditames e imposições de tendências, eles querem ser diferentes. Não para chocar, ser rebeldes ou outro motivo semelhante, mas simplesmente para desafiar o convencional e buscar a beleza nas coisas não óbvias. Vitrines, revistas, catálogos e novelas passam longe de serem fontes de inspiração para essas pessoas. O foco do olhar está nas ruas, no design, na arquitetura, na literatura e nas artes. Na verdade, o papel social da moda é expressar valores, e essa turma, considerada por muitos alternativa e fora do comum, leva tudo isso muito ao pé da letra.
“Amo a moda, mas acho importante trabalhar a evolução do pensamento e não condicioná-la somente a estilo e status”, filosofa Uiara Andrade, assistente de estilo da grife Tereza Santos. Com experiência sólida no setor, Uiara, que aos 18 anos começou sua trajetória como modelo, tem uma visão muito particular da moda. Para ela, estética e comportamento devem andar juntos. “Sempre procurei desmitificar regras, o que engorda, o que cai bem, o que não cai. Meu olhar procura trabalhar com o que falta e com o que pode ser feito”, explica.
Para continuar lendo esta matéria que fiz para a Revista Encontro, clique aqui
segunda-feira, 6 de julho de 2009
A Igrejinha de Brasília
Imagens do Blog da Conceição Freitas, do Correio Braziliense
A Nossa Senhora de Fátima de Brasília não precisa de olho, nem boca, nem nariz. É bonita e expressiva mesmo sem expressão. Ora, que coisa mais estranha todas as Nossas Senhoras do mundo terem rostinho bem feito, olhar piedoso e nariz perfeitinho. Afinal, Nossa Senhora é sagrada, ué, é como um ser de outra dimensão, por que então ela tem que ser igual à gente, com olho, boca e nariz?
Se as crianças são as preferidas ao lado de Deus, que problema tem pintar um céu azul dentro da igrejinha, com pipas e carretéis coloridos?
"Ah, mas tá muito feia essa igreja, não tem nem a via sacra, era tão bonita antes da reforma", reclama a senhorinha da cabeça branca frequentadora das antigas. Enquanto isso,no lado de fora, a família posa para a foto depois do batizado de mais uma criança.
A igrejinha em forma de chapéu de freira só podia mesmo existir em Brasília, lugar onde as óbvias esquinas escondem surpresas a quem acha que tudo aqui é óbvio.
O artista lutou com pincéis contra a incompreensão de quem achava que a igreja também tinha que ser óbvia, padronizada. No lugar das cruzes, via sacras e lágrimas, ele pintou cores, alegria, beleza. E a igrejinha ganhou vida, com a Nossa Senhora, os pastores e um universo puro anil.
Alcançar o céu não é só sonho de beata, é luz, imaginação, é magia que torna possivel e legitima aquilo que chamamos de fé.
A Nossa Senhora de Fátima de Brasília não precisa de olho, nem boca, nem nariz. É bonita e expressiva mesmo sem expressão. Ora, que coisa mais estranha todas as Nossas Senhoras do mundo terem rostinho bem feito, olhar piedoso e nariz perfeitinho. Afinal, Nossa Senhora é sagrada, ué, é como um ser de outra dimensão, por que então ela tem que ser igual à gente, com olho, boca e nariz?
Se as crianças são as preferidas ao lado de Deus, que problema tem pintar um céu azul dentro da igrejinha, com pipas e carretéis coloridos?
"Ah, mas tá muito feia essa igreja, não tem nem a via sacra, era tão bonita antes da reforma", reclama a senhorinha da cabeça branca frequentadora das antigas. Enquanto isso,no lado de fora, a família posa para a foto depois do batizado de mais uma criança.
A igrejinha em forma de chapéu de freira só podia mesmo existir em Brasília, lugar onde as óbvias esquinas escondem surpresas a quem acha que tudo aqui é óbvio.
O artista lutou com pincéis contra a incompreensão de quem achava que a igreja também tinha que ser óbvia, padronizada. No lugar das cruzes, via sacras e lágrimas, ele pintou cores, alegria, beleza. E a igrejinha ganhou vida, com a Nossa Senhora, os pastores e um universo puro anil.
Alcançar o céu não é só sonho de beata, é luz, imaginação, é magia que torna possivel e legitima aquilo que chamamos de fé.
domingo, 28 de junho de 2009
A casa dos sonhos
Imagens do site minihouse.se
Quando eu era pequena, sonhava com uma casa em cima da árvore. Pegava o Manual do Professor Pardal na biblioteca do meu pai e ficava conjecturando um modo de realizar meu sonho. Tive que me conformar com as cabaninhas que fazia com as cadeiras da mesa de jantar e alguns cobertores.
Tudo bem que, na condição de criança, jamais conseguiria a proeza de montar a casa na árvore, mas no mundo dos adultos, tudo muda de figura. O jovem arquiteto sueco (ah, os talentos da Suécia...) Jonas Wagell encontrou a solução através de uma lei de seu país. Desde primeiro de janeiro de 2008, é possível construir na Suécia uma casa de até 15 metros quadrados no próprio terreno, sem qualquer tipo de autorização ou burocracia.
Wagell desenvolveu então a minicasa, uma casinha pré-fabricada que pode ser montada em um final de semana, seguindo um manual de instruções. Oito peças de compensado formam a estrutura da casa que é moderna, funcional e muito aconchegante.
A minicasa custa 12 mil euros e pode ser personalizada com módulos que são pagos à parte. Confesso que a ideia me trouxe de volta os sonhos de criança que ficaram esquecidos nas páginas do antigo Manual do Professor Pardal.
Para ver mais fotos e a maquete,acesse o site www.minihouse.se
Quando eu era pequena, sonhava com uma casa em cima da árvore. Pegava o Manual do Professor Pardal na biblioteca do meu pai e ficava conjecturando um modo de realizar meu sonho. Tive que me conformar com as cabaninhas que fazia com as cadeiras da mesa de jantar e alguns cobertores.
Tudo bem que, na condição de criança, jamais conseguiria a proeza de montar a casa na árvore, mas no mundo dos adultos, tudo muda de figura. O jovem arquiteto sueco (ah, os talentos da Suécia...) Jonas Wagell encontrou a solução através de uma lei de seu país. Desde primeiro de janeiro de 2008, é possível construir na Suécia uma casa de até 15 metros quadrados no próprio terreno, sem qualquer tipo de autorização ou burocracia.
Wagell desenvolveu então a minicasa, uma casinha pré-fabricada que pode ser montada em um final de semana, seguindo um manual de instruções. Oito peças de compensado formam a estrutura da casa que é moderna, funcional e muito aconchegante.
A minicasa custa 12 mil euros e pode ser personalizada com módulos que são pagos à parte. Confesso que a ideia me trouxe de volta os sonhos de criança que ficaram esquecidos nas páginas do antigo Manual do Professor Pardal.
Para ver mais fotos e a maquete,acesse o site www.minihouse.se
quinta-feira, 25 de junho de 2009
Novo endereço
Imagem Google
Já não ouço mais a baderna dos meninos da favela quando voltam da aula, nem os pneus dos carros deslizando em dia de chuva, insistindo em alcançar o topo do morro. Da minha nova janela, vejo pessoas saudáveis correndo em volta de um bosque. Um céu que parece o infinito do mar, com nuvens que são loucas propositalmente para dar movimento onde a gente só vê linhas. De vez em quando, um louco passa gritando, mas eu nunca consegui entender o que ele diz. Aqui não existem vozes, talvez porque as esquinas são muito rígidas. Nunca escutei latido de cachorro ou miado de gato, mas de noite quando fecho os olhos, ouço pássaros que me dão boa noite e me acordam bem cedinho no dia seguinte. Carros, carros, carros, como se a longa avenida não tivesse fim nem tempo certo pra ser percorrida. É bom ter um espaço grande e um horizonte sem fronteiras, mas faz falta a sensação do aconchego das ruas estreitas e dos pequenos quadradinhos de céu, escondidos entre árvores e prédios de muitos andares. Mudar de endereço não significa mudar de identidade, como se o passado pudesse ser cancelado como foto antiga de documento, em que ninguém nos reconhece mais. Olhar por uma nova janela não pode ser difícil se a gente busca enxergar o sentido por detrás de cada mudança.
Já não ouço mais a baderna dos meninos da favela quando voltam da aula, nem os pneus dos carros deslizando em dia de chuva, insistindo em alcançar o topo do morro. Da minha nova janela, vejo pessoas saudáveis correndo em volta de um bosque. Um céu que parece o infinito do mar, com nuvens que são loucas propositalmente para dar movimento onde a gente só vê linhas. De vez em quando, um louco passa gritando, mas eu nunca consegui entender o que ele diz. Aqui não existem vozes, talvez porque as esquinas são muito rígidas. Nunca escutei latido de cachorro ou miado de gato, mas de noite quando fecho os olhos, ouço pássaros que me dão boa noite e me acordam bem cedinho no dia seguinte. Carros, carros, carros, como se a longa avenida não tivesse fim nem tempo certo pra ser percorrida. É bom ter um espaço grande e um horizonte sem fronteiras, mas faz falta a sensação do aconchego das ruas estreitas e dos pequenos quadradinhos de céu, escondidos entre árvores e prédios de muitos andares. Mudar de endereço não significa mudar de identidade, como se o passado pudesse ser cancelado como foto antiga de documento, em que ninguém nos reconhece mais. Olhar por uma nova janela não pode ser difícil se a gente busca enxergar o sentido por detrás de cada mudança.
terça-feira, 16 de junho de 2009
Milhares de sóis
Foto de Isabela
O sol se põe inúmeras vezes ao longo da vida que a gente vive. A magia deste momento significa a hora do jantar de quem vive na roça, o sinal barulhento para os alunos na sala de aula, a ave maria musicada para o caminhoneiro que segue viagem, a reverência de frente à mesquita, o sinal da cruz perante a igreja. Quantos pôres do sol a gente vive sem vivê-los e quantos deles a gente guarda pra sempre como um momento único e sublime.
Eu me lembro muito bem de dois, um na montanha e um no mar, um com pássaros e outro com golfinhos, um com vento e outro com a brisa.
Sentei na neve fofinha e olhei lá de cima a casinha de pedras, nem sinal de cidade. Na minha frente uma montanha, do meu lado e atrás de mim, outras duas, era uma cadeia e eu no meio dela. Os mistérios do dia-a-dia foram dissolvendo como quando o sol encosta na neve no início de primavera. O frio entrou pela orelha e me fez amassar o nariz com as luvas. Eu sabia que passados os anos, eu jamais iria viver a mesma sensação.
Subi uma outra pedra no verão do oriente, escorreguei na terra marrom, ralei o dedo e fiquei com medo. Nos sentamos e aceitamos o melão do vendedor solitário que suava carregando um balaio. Saboreando a fruta doce e contemplando o mar até onde vai aquela linha de infinito, avistamos seis golfinhos que lá de longe transitavam alheios ao que acontecia no mundo fora do oceano. Um balé fenomenal ritmado por uma música própria, já que o único som era aquele do vento. A bola de fogo descia e estava cada vez mais perto do mar, dentro de pouquíssimos minutos ela encontraria os golfinhos, os peixes e toda a vida no fundo do mar. O espetáculo deixaria de ser só nosso. Não pude não sentir imensa gratidão por ter uma terra minha,um sol meu, seis golfinhos, um companheiro e milhares de pôres do sol pela frente.
O sol se põe inúmeras vezes ao longo da vida que a gente vive. A magia deste momento significa a hora do jantar de quem vive na roça, o sinal barulhento para os alunos na sala de aula, a ave maria musicada para o caminhoneiro que segue viagem, a reverência de frente à mesquita, o sinal da cruz perante a igreja. Quantos pôres do sol a gente vive sem vivê-los e quantos deles a gente guarda pra sempre como um momento único e sublime.
Eu me lembro muito bem de dois, um na montanha e um no mar, um com pássaros e outro com golfinhos, um com vento e outro com a brisa.
Sentei na neve fofinha e olhei lá de cima a casinha de pedras, nem sinal de cidade. Na minha frente uma montanha, do meu lado e atrás de mim, outras duas, era uma cadeia e eu no meio dela. Os mistérios do dia-a-dia foram dissolvendo como quando o sol encosta na neve no início de primavera. O frio entrou pela orelha e me fez amassar o nariz com as luvas. Eu sabia que passados os anos, eu jamais iria viver a mesma sensação.
Subi uma outra pedra no verão do oriente, escorreguei na terra marrom, ralei o dedo e fiquei com medo. Nos sentamos e aceitamos o melão do vendedor solitário que suava carregando um balaio. Saboreando a fruta doce e contemplando o mar até onde vai aquela linha de infinito, avistamos seis golfinhos que lá de longe transitavam alheios ao que acontecia no mundo fora do oceano. Um balé fenomenal ritmado por uma música própria, já que o único som era aquele do vento. A bola de fogo descia e estava cada vez mais perto do mar, dentro de pouquíssimos minutos ela encontraria os golfinhos, os peixes e toda a vida no fundo do mar. O espetáculo deixaria de ser só nosso. Não pude não sentir imensa gratidão por ter uma terra minha,um sol meu, seis golfinhos, um companheiro e milhares de pôres do sol pela frente.
segunda-feira, 15 de junho de 2009
Você é o que você usa
Imagem Google
Alguém sabe realmente o que está por detrás da camiseta que veste? Não falo de estilo ou de moda como expressão de ideologias ou estado de espírito. Falo de todo processo pelo qual esta peça passou até chegar ao nosso corpo, da colheita do algodão ao transporte que a levou até a vitrine onde ela nos encantou.
Muita gente não sabe, mas o algodão, material presente na maioria das roupas que a gente usa, é um dos que recebe maior quantidade de agrotóxicos. 25% dos inseticidas usados no mundo são destinados às lavouras de algodão. Isso significa que estamos usando veneno para cobrir o nosso corpo. Um veneno perigoso, que além de afetar o meio ambiente, está matando aos poucos as pessoas envolvidas na colheita e contribuindo para desequilibrar o planeta.
Conheci o Instituto Ecotece, ao redigir uma matéria sobre consumo consciente para uma revista. A organização foi criada pela jornalista Ana Cândida Zanesco, que me explicou os objetivos do Ecotece e falou sobre a importância de avaliarmos o impacto do que vestimos no meio ambiente e na sociedade.
Para a produção de uma camiseta que pesa 250 gramas, são utilizados 160 gramas de agrotóxicos. Além disso, os processos de lavagem, tingimento e transporte agridem ativamente a natureza. Uma solução defendida pelo Ecotece é o uso de algodão orgânico, que além de respeitar o solo, não afeta a saúde das pessoas e sua produção realizada por pequenos agricultores locais, ajuda a incrementar a economia de forma sustentável. Todo mundo sai ganhando.
O Vestir Consciente, movimento criado pelo instituto, propõe uma mudança de consciência. Falar de moda ecológica, socioambiental ou sustentável é pouco. O que eles defendem é um retorno às nossas origens, de um relacionamento mais puro e respeitoso com a mãe natureza.
A dica para colocar a coisa em prática vem de soluções simples: que tal pensar se realmente precisa daquela roupa que está prestes a comprar? O que acha de reciclar aquela que já tem no armário ou procurar em um brechó alguma peça legal? A gente é o que a gente usa, e a partir daí mostramos pro mundo nossa inteligência e sensibilidade. Uma visita ao site do Ecotece ajuda a abrir os horizontes.
www.ecotece.org.br
Alguém sabe realmente o que está por detrás da camiseta que veste? Não falo de estilo ou de moda como expressão de ideologias ou estado de espírito. Falo de todo processo pelo qual esta peça passou até chegar ao nosso corpo, da colheita do algodão ao transporte que a levou até a vitrine onde ela nos encantou.
Muita gente não sabe, mas o algodão, material presente na maioria das roupas que a gente usa, é um dos que recebe maior quantidade de agrotóxicos. 25% dos inseticidas usados no mundo são destinados às lavouras de algodão. Isso significa que estamos usando veneno para cobrir o nosso corpo. Um veneno perigoso, que além de afetar o meio ambiente, está matando aos poucos as pessoas envolvidas na colheita e contribuindo para desequilibrar o planeta.
Conheci o Instituto Ecotece, ao redigir uma matéria sobre consumo consciente para uma revista. A organização foi criada pela jornalista Ana Cândida Zanesco, que me explicou os objetivos do Ecotece e falou sobre a importância de avaliarmos o impacto do que vestimos no meio ambiente e na sociedade.
Para a produção de uma camiseta que pesa 250 gramas, são utilizados 160 gramas de agrotóxicos. Além disso, os processos de lavagem, tingimento e transporte agridem ativamente a natureza. Uma solução defendida pelo Ecotece é o uso de algodão orgânico, que além de respeitar o solo, não afeta a saúde das pessoas e sua produção realizada por pequenos agricultores locais, ajuda a incrementar a economia de forma sustentável. Todo mundo sai ganhando.
O Vestir Consciente, movimento criado pelo instituto, propõe uma mudança de consciência. Falar de moda ecológica, socioambiental ou sustentável é pouco. O que eles defendem é um retorno às nossas origens, de um relacionamento mais puro e respeitoso com a mãe natureza.
A dica para colocar a coisa em prática vem de soluções simples: que tal pensar se realmente precisa daquela roupa que está prestes a comprar? O que acha de reciclar aquela que já tem no armário ou procurar em um brechó alguma peça legal? A gente é o que a gente usa, e a partir daí mostramos pro mundo nossa inteligência e sensibilidade. Uma visita ao site do Ecotece ajuda a abrir os horizontes.
www.ecotece.org.br
sexta-feira, 12 de junho de 2009
Cidade de areia
Imagem Afp
Os maiores artistas de escultura na areia estão reunidos em Berlim, onde acontece até agosto, a Sandsation 2009, famoso festival internacional de esculturas na areia. O evento transforma a estação central de Hauptbahnhof em uma verdadeira galeria de arte e este ano tem como tema a "Cidade do Futuro". São 12 esculturas realizadas por artistas do mundo inteiro, a maior delas, de cerca de 8 metros será feita de forma coletiva por todos os participantes. A proposta dos organizadores é que eles realizem uma escultura pensando em como será Berlim no ano de 2222. O evento marca as comemorações pelos 20 anos da queda do Muro de Berlim. Para realizar as 12 esculturas expostas foram necessários 5 mil metros cubos de areia. Um dos favoritos é o artista indiano Sudarshan Pattnaik, com sua obra intitulada "Cidade da Paz", na foto acima.
Os maiores artistas de escultura na areia estão reunidos em Berlim, onde acontece até agosto, a Sandsation 2009, famoso festival internacional de esculturas na areia. O evento transforma a estação central de Hauptbahnhof em uma verdadeira galeria de arte e este ano tem como tema a "Cidade do Futuro". São 12 esculturas realizadas por artistas do mundo inteiro, a maior delas, de cerca de 8 metros será feita de forma coletiva por todos os participantes. A proposta dos organizadores é que eles realizem uma escultura pensando em como será Berlim no ano de 2222. O evento marca as comemorações pelos 20 anos da queda do Muro de Berlim. Para realizar as 12 esculturas expostas foram necessários 5 mil metros cubos de areia. Um dos favoritos é o artista indiano Sudarshan Pattnaik, com sua obra intitulada "Cidade da Paz", na foto acima.
sábado, 30 de maio de 2009
C H A I R
Imagens Yatzer
Este é o quebra cabeças mais fácil de montar do mundo. Já vem com a resposta pronta. Erik Ku, de 26 anos é o designer gráfico que bolou a peça. O "Projeto Cadeira" faz parte de sua tese "Mission Redefinition", uma série de exercícios que exploram o conceito de redefinição através do design gráfico. Não é bacanérrimo??
Este é o quebra cabeças mais fácil de montar do mundo. Já vem com a resposta pronta. Erik Ku, de 26 anos é o designer gráfico que bolou a peça. O "Projeto Cadeira" faz parte de sua tese "Mission Redefinition", uma série de exercícios que exploram o conceito de redefinição através do design gráfico. Não é bacanérrimo??
terça-feira, 26 de maio de 2009
Bom exemplo
Imagens Google
Quem pensa que trocar o saco plástico pelas ecobags é trabalho de formiguinha, pode mudar de opinião. Desde que proibiu o uso das sacolas de plástico no comércio há um ano, a China economizou 1,6 milhões de toneladas de petróleo. Antes da proibição, o gigante asiático consumia diariamente 3 bilhões de bolsas descartáveis, o que representava uma grave ameaça ao meio ambiente.
Segundo o blog Planeta Sustentável, as sacolas de plástico demoram pelo menos 300 anos para se decomporem no meio ambiente. Em todo mundo são produzidos 500 bilhões de unidades a cada ano, o equivalente a 1,4 bilhão por dia ou a 1 milhão por minuto.
No Brasil, Xanxerê, uma cidadezinha de 40 mil habitantes em Santa Catarina, quer ser exemplo. Desde 1º de abril, os supermercados da cidade optaram por não distribuir mais sacolas de plástico gratuitas e Xanxerê tornou-se o primeiro município do país a adotar o uso obrigatório de sacolas ecológicas. A ideia partiu de um grupo de supermercadistas e teve apoio da prefeitura, da Secretaria de Educação e da Secretaria de Meio Ambiente.
Antes do projeto, eram distribuídas mais de 1 milhão de sacolas plásticas de uso único por mês, somente nos 30 supermercados da cidade. Xanxerê quer virar exemplo e incentivar outras prefeituras, órgãos públicos e empresas do setor privado a adotarem também uma atitude mais consciente.
Quem pensa que trocar o saco plástico pelas ecobags é trabalho de formiguinha, pode mudar de opinião. Desde que proibiu o uso das sacolas de plástico no comércio há um ano, a China economizou 1,6 milhões de toneladas de petróleo. Antes da proibição, o gigante asiático consumia diariamente 3 bilhões de bolsas descartáveis, o que representava uma grave ameaça ao meio ambiente.
Segundo o blog Planeta Sustentável, as sacolas de plástico demoram pelo menos 300 anos para se decomporem no meio ambiente. Em todo mundo são produzidos 500 bilhões de unidades a cada ano, o equivalente a 1,4 bilhão por dia ou a 1 milhão por minuto.
No Brasil, Xanxerê, uma cidadezinha de 40 mil habitantes em Santa Catarina, quer ser exemplo. Desde 1º de abril, os supermercados da cidade optaram por não distribuir mais sacolas de plástico gratuitas e Xanxerê tornou-se o primeiro município do país a adotar o uso obrigatório de sacolas ecológicas. A ideia partiu de um grupo de supermercadistas e teve apoio da prefeitura, da Secretaria de Educação e da Secretaria de Meio Ambiente.
Antes do projeto, eram distribuídas mais de 1 milhão de sacolas plásticas de uso único por mês, somente nos 30 supermercados da cidade. Xanxerê quer virar exemplo e incentivar outras prefeituras, órgãos públicos e empresas do setor privado a adotarem também uma atitude mais consciente.
quarta-feira, 20 de maio de 2009
Sabor especial
Foto Isabela
Para provar que um almoço maravilhoso não precisa ser servido no restaurante chique, com vinho de primeira, ao som de uma música refinada e de uma conversa sobre presente e futuro. Os melhores momentos pedem o silêncio do deserto, as mãos como talheres e a sensibilidade como sabedoria. Isso sim tem sabor. I miss India
Para provar que um almoço maravilhoso não precisa ser servido no restaurante chique, com vinho de primeira, ao som de uma música refinada e de uma conversa sobre presente e futuro. Os melhores momentos pedem o silêncio do deserto, as mãos como talheres e a sensibilidade como sabedoria. Isso sim tem sabor. I miss India
terça-feira, 19 de maio de 2009
Balenciaga de papel
Imagens do Yatzer
Sonho de consumo da mulherada, a tradicional bolsa Balenciaga virou obra de arte nas mãos do talentoso Michael Zavros. Para o lançamento da coleção Balenciaga na Austrália, foi pedido a Zavros que transformasse a tal bolsa em um de seus extraordinários desenhos. Os traços do artista, inspirados em técnicas de grafite, deixaram as Balenciagas originais em segundo plano. Veja só as fotos que peguei no yatzer. Se uma Balenciaga custa já um tantinho bom de dinheiro, imagina só transformada em obra de arte. O que você prefere, uma Balenciaga na mão ou pendurada na parede da sala? Brincadeiras à parte, o trabalho de Michael Zavros é bárbaro.
Sonho de consumo da mulherada, a tradicional bolsa Balenciaga virou obra de arte nas mãos do talentoso Michael Zavros. Para o lançamento da coleção Balenciaga na Austrália, foi pedido a Zavros que transformasse a tal bolsa em um de seus extraordinários desenhos. Os traços do artista, inspirados em técnicas de grafite, deixaram as Balenciagas originais em segundo plano. Veja só as fotos que peguei no yatzer. Se uma Balenciaga custa já um tantinho bom de dinheiro, imagina só transformada em obra de arte. O que você prefere, uma Balenciaga na mão ou pendurada na parede da sala? Brincadeiras à parte, o trabalho de Michael Zavros é bárbaro.
segunda-feira, 18 de maio de 2009
Bom, barato e bonito
Imagens Viaggi Corriere
Este é o Nest, em Valencia. A partir de 16 euros você pode dormir lá
Ser um mochileiro descompromissado com pouco dinheiro no bolso é um barato. Ainda mais agora com os novos albergues da juventude que deixam no chinelo muito hotel bacana por aí. Ficar em albergue é uma solução legal para quem quer curtir a viagem,fazer amizade e gastar pouco. Mas os albergues de hoje, além destes benefícios, estão investindo no design moderno para criar um ambiente de vanguarda que conquista jovens, casais, famílias e até mesmo homens de negócios que estão frequentando estas estruturas.
Será o fim dos simpáticos albergues onde a gente encontra mochileiros do mundo inteiro em busca de cultura e diversão? Prefiro acreditar que seja o reflexo do comportamento de seus frequentadores, gente de mente livre, sem frescuras, que adora arte, cultura e design até na hora de dormir.
Se vai viajar e quer reservar um quarto de albergue ou se como eu, não vai viajar tão cedo, mas adoraria, vale a pena acessar www.hostelsclub.com
Este é o terraço do Nest
O Costta Rooms, em Lisboa tem decoração pop art
Alguns albergues funcionam onde antes existiam penitenciárias. Dormir aí custa a partir de 20 euros
Este é o Nest, em Valencia. A partir de 16 euros você pode dormir lá
Ser um mochileiro descompromissado com pouco dinheiro no bolso é um barato. Ainda mais agora com os novos albergues da juventude que deixam no chinelo muito hotel bacana por aí. Ficar em albergue é uma solução legal para quem quer curtir a viagem,fazer amizade e gastar pouco. Mas os albergues de hoje, além destes benefícios, estão investindo no design moderno para criar um ambiente de vanguarda que conquista jovens, casais, famílias e até mesmo homens de negócios que estão frequentando estas estruturas.
Será o fim dos simpáticos albergues onde a gente encontra mochileiros do mundo inteiro em busca de cultura e diversão? Prefiro acreditar que seja o reflexo do comportamento de seus frequentadores, gente de mente livre, sem frescuras, que adora arte, cultura e design até na hora de dormir.
Se vai viajar e quer reservar um quarto de albergue ou se como eu, não vai viajar tão cedo, mas adoraria, vale a pena acessar www.hostelsclub.com
Este é o terraço do Nest
O Costta Rooms, em Lisboa tem decoração pop art
Alguns albergues funcionam onde antes existiam penitenciárias. Dormir aí custa a partir de 20 euros
quinta-feira, 14 de maio de 2009
Me engana que eu gosto
Imagem do site DuffyLondon
Alguém se habilita a dar uma sentadinha nesta cadeira?
Da série parece mais não é, a Shadow Chair foi lançada no Salão Internacional de Milão. A gente pensa que é tarefa para equilibrista, mas um olhar mais atento revela o segredo. A sombra da cadeira é na verdade a base que serve de apoio. A peça foi desenvolvida pelo designer inglês Chris Duffy.
Alguém se habilita a dar uma sentadinha nesta cadeira?
Da série parece mais não é, a Shadow Chair foi lançada no Salão Internacional de Milão. A gente pensa que é tarefa para equilibrista, mas um olhar mais atento revela o segredo. A sombra da cadeira é na verdade a base que serve de apoio. A peça foi desenvolvida pelo designer inglês Chris Duffy.
terça-feira, 12 de maio de 2009
Descobrindo as delícias de Brasília
Fotos Google
A gente tem mania de torcer o nariz pra tudo que é novo.É o que eu tenho feito há algum tempo, desde que a história de me mudar pra Brasília ficou séria.
Passeio pela Savassi quase que abraçando as árvores, saboreio o café da Travessa como se fosse o último, em contrapartida morro de dor de cabeça quando chego em Brasília, boto defeito nas enormes e desabitadas avenidas e sinto falta de um bairro onde a gente atravessa a rua e encontra os colegas e amigos no sinal.
Brasília tem me surpreendido por um quesito superimportante no momento da conquista, a gastronomia.
Numa terra que é do Brasil inteiro a gente se assusta com a diversidade de opções. Conheci há pouco tempo a sorveteria Frutos do Cerrado. Até então, nunca tinha ouvido falar de nomes como bacaba, bacuri, brejaúba, araticum, gabiroba, mamacadela, mutamba e taperebá. Estes são alguns dos mais de 50 sabores de sorvetes e picolés que a gente encontra distribuídos em uma fileira inacabável de freezers dentro da loja.
Os picolés são feitos com a polpa das frutas do cerrado, essas com nomes estranhos que a gente nem imagina que existem. O mais legal que chupar um picolé na Frutos do Cerrado é sempre uma surpresa porque a gente escolhe o sabor, mas não pode imaginar que gosto tem, ou você sabe se a mamacadela é doce ou azedinha?
Cada picolé custa R$1,70 e vale à pena sentar à mesa e repetir quantas vezes forem necessárias para bater o recorde de sabores exóticos.
Se for a Brasília, não deixe de ir lá:.SHC/SW 105 Bloco C Lojas 30,32. 1º pavimento, Sudoeste www.frutosdocerrado.com.br
A gente tem mania de torcer o nariz pra tudo que é novo.É o que eu tenho feito há algum tempo, desde que a história de me mudar pra Brasília ficou séria.
Passeio pela Savassi quase que abraçando as árvores, saboreio o café da Travessa como se fosse o último, em contrapartida morro de dor de cabeça quando chego em Brasília, boto defeito nas enormes e desabitadas avenidas e sinto falta de um bairro onde a gente atravessa a rua e encontra os colegas e amigos no sinal.
Brasília tem me surpreendido por um quesito superimportante no momento da conquista, a gastronomia.
Numa terra que é do Brasil inteiro a gente se assusta com a diversidade de opções. Conheci há pouco tempo a sorveteria Frutos do Cerrado. Até então, nunca tinha ouvido falar de nomes como bacaba, bacuri, brejaúba, araticum, gabiroba, mamacadela, mutamba e taperebá. Estes são alguns dos mais de 50 sabores de sorvetes e picolés que a gente encontra distribuídos em uma fileira inacabável de freezers dentro da loja.
Os picolés são feitos com a polpa das frutas do cerrado, essas com nomes estranhos que a gente nem imagina que existem. O mais legal que chupar um picolé na Frutos do Cerrado é sempre uma surpresa porque a gente escolhe o sabor, mas não pode imaginar que gosto tem, ou você sabe se a mamacadela é doce ou azedinha?
Cada picolé custa R$1,70 e vale à pena sentar à mesa e repetir quantas vezes forem necessárias para bater o recorde de sabores exóticos.
Se for a Brasília, não deixe de ir lá:.SHC/SW 105 Bloco C Lojas 30,32. 1º pavimento, Sudoeste www.frutosdocerrado.com.br
segunda-feira, 4 de maio de 2009
Casa cigana
Imagens AtCasa
Esqueça aquelas barracas e tendas que está acostumado a ver pelas estradas, entulhadas de panos, roupas e caminhonetes velhas estacionadas na "porta". As casas dos ciganos de comunidades da Moldávia e da Romênia passam longe desta imagem. É o que mostra o fotógrafo romano Carlo Gianferro, com o projeto fotográfico Gypsy Interior, que depois de uma exposição em Milão, começa a girar o mundo passando por Roma, cidades da Polônia e New York.
Depois da queda do império soviético no leste europeu, a população cigana da região se reergueu construindo habitações com elementos típicos de sua arquitetura, traduzidos em objetos e formas fantasiosas com cores e adornos que impressionam pela originalidade.
A série de fotografias faz parte de um projeto maior, realizado por Gianferro em parceria com os arquitetos Renata Calzi e Patrizio Corno que questiona a arquitetura doméstica fora dos esquemas pré-concebidos no ocidente. O grupo esteve por meses transitando nas casas ciganas, descobrindo uma cultura totalmente nova e diferente, que passa longe dos olhos e do imaginário daqueles que conhecem os ciganos que perambulam pelas ruas das grandes cidades europeias. As imagens mostram a riqueza de seus costumes e a magia de suas casas,atenuando conflitos e preconceitos tão corriqueiros hoje na questão dos ciganos.
Esqueça aquelas barracas e tendas que está acostumado a ver pelas estradas, entulhadas de panos, roupas e caminhonetes velhas estacionadas na "porta". As casas dos ciganos de comunidades da Moldávia e da Romênia passam longe desta imagem. É o que mostra o fotógrafo romano Carlo Gianferro, com o projeto fotográfico Gypsy Interior, que depois de uma exposição em Milão, começa a girar o mundo passando por Roma, cidades da Polônia e New York.
Depois da queda do império soviético no leste europeu, a população cigana da região se reergueu construindo habitações com elementos típicos de sua arquitetura, traduzidos em objetos e formas fantasiosas com cores e adornos que impressionam pela originalidade.
A série de fotografias faz parte de um projeto maior, realizado por Gianferro em parceria com os arquitetos Renata Calzi e Patrizio Corno que questiona a arquitetura doméstica fora dos esquemas pré-concebidos no ocidente. O grupo esteve por meses transitando nas casas ciganas, descobrindo uma cultura totalmente nova e diferente, que passa longe dos olhos e do imaginário daqueles que conhecem os ciganos que perambulam pelas ruas das grandes cidades europeias. As imagens mostram a riqueza de seus costumes e a magia de suas casas,atenuando conflitos e preconceitos tão corriqueiros hoje na questão dos ciganos.
sexta-feira, 1 de maio de 2009
Sem perdão
Imagens Google e site Savedelara
É possível que as obras de arte realizadas por Delara Delaba tenham um valor e um efeito maior a partir de hoje, data de sua morte. Aos 23 anos, Delara foi executada nesta manhã, em uma prisão no Irã. Ela foi enforcada. A pintora tinha 17 anos quando foi obrigada pelo namorado de 19 a assumir a culpa em um assassinato. Eles acreditavam que sendo menor de idade, ela estaria livre da pena de morte.
Nos anos em que passou na prisão, Delara transformou o inferno que viveu em expressivas obras de arte, relatando em imagens a solidão, o medo da morte, a angústia e a impotência. "Há três anos eu tento me defender usando cores, formas e palavras. Estas pinturas são meu juramento pelo que eu não fiz. Assim, talvez as cores vão me devolver à vida", disse Darabi, autoentitulada "prisioneira das cores".
De acordo com a lei iraniana, chamada "sharia", os menores de idade são considerados adultos e não estão isentos da pena de morte no caso de homicídio. O acusado pode livrar-se de seu destino se houver o perdão da família da vítima, que deve receber ainda uma quantia em dinheiro, caso haja um acordo. Não foi o que aconteceu com Delara.
Apesar da grande mobilização internacional, manifestações de entidades em prol dos direitos humanos, massivas ações da sociedade mundial,nada pôde ser feito. Delara ficará na lembrança das cores sombrias de suas pinturas, na angústia extrema de suas formas. Pelo menos 30 jovens estão no corredor da morte no Irã. De acordo com a Anistia Internacional, o Irã é o segundo país com o maior número de execuções no mundo, perdendo apenas para a China.
Algumas das pinturas de Delara
É possível que as obras de arte realizadas por Delara Delaba tenham um valor e um efeito maior a partir de hoje, data de sua morte. Aos 23 anos, Delara foi executada nesta manhã, em uma prisão no Irã. Ela foi enforcada. A pintora tinha 17 anos quando foi obrigada pelo namorado de 19 a assumir a culpa em um assassinato. Eles acreditavam que sendo menor de idade, ela estaria livre da pena de morte.
Nos anos em que passou na prisão, Delara transformou o inferno que viveu em expressivas obras de arte, relatando em imagens a solidão, o medo da morte, a angústia e a impotência. "Há três anos eu tento me defender usando cores, formas e palavras. Estas pinturas são meu juramento pelo que eu não fiz. Assim, talvez as cores vão me devolver à vida", disse Darabi, autoentitulada "prisioneira das cores".
De acordo com a lei iraniana, chamada "sharia", os menores de idade são considerados adultos e não estão isentos da pena de morte no caso de homicídio. O acusado pode livrar-se de seu destino se houver o perdão da família da vítima, que deve receber ainda uma quantia em dinheiro, caso haja um acordo. Não foi o que aconteceu com Delara.
Apesar da grande mobilização internacional, manifestações de entidades em prol dos direitos humanos, massivas ações da sociedade mundial,nada pôde ser feito. Delara ficará na lembrança das cores sombrias de suas pinturas, na angústia extrema de suas formas. Pelo menos 30 jovens estão no corredor da morte no Irã. De acordo com a Anistia Internacional, o Irã é o segundo país com o maior número de execuções no mundo, perdendo apenas para a China.
Algumas das pinturas de Delara
terça-feira, 21 de abril de 2009
Passado e futuro de um mundo melhor
Imagens ATCasa e Google
O projeto com o diamante que capta luz solar
O sonho da cidade perfeita já era amplamente discutido nos anos do Renascimento quando o arquiteto Filarete de passagem por Milão, escreveu um tratado que dava forma ao urbanismo utópico. Nele, Filarete desenha uma cidade fantástica chamada Sforzinda que deveria começar a ser construída na data prevista por um astrólogo, com muralhas erguidas de modo a formar um polígono,como uma estrela. No ambicioso projeto, Filarete designava setores para a administração, comércio, hospitais e serviços, numa área verde, com colinas e um rio. As crianças pobres seriam educadas em escolas especiais e existiriam leis severas com o objetivo de ensinar aos habitantes a exercerem a simplicidade. Junto delas, normas de ética e conduta combateriam o caos e contribuiriam para formar uma cidade melhor organizada e mais justa.
A planta da cidade em forma de estrela projetada por Filarete
Mais de 500 anos depois, os jardins da Università Statale di Milano, projetada pelo próprio Filarete, ganham uma instalação do que seria hoje uma cidade ideal. Na programação do Salone del Mobile,treze designers realizaram projetos sustentáveis para a casa ecológica do futuro. Uma construção no estilo oca indígena, uma cúpula de bambú, um diamante que capta os raios solares, uma parede verde que absorve o CO2 da cidade. Tudo isso em um universo que nem Filarete nem Leonardo sonhariam para a nossa degradada realidade urbana. A instalação em Milão, bem como várias manifestações pelo design ecológico durante a programação do Salão, mostram que voltamos para o urbanismo utópico, com a mesma necessidade dos tempos do Renascimento, porém com um caráter muito mais urgente. Precisamos salvar o que ainda resta do nosso planeta.
O Salão do Móvel acontece de 22 a 27 de abril.
A instalação já montada
Reprodução da praça do projeto de Filarete
O projeto com o diamante que capta luz solar
O sonho da cidade perfeita já era amplamente discutido nos anos do Renascimento quando o arquiteto Filarete de passagem por Milão, escreveu um tratado que dava forma ao urbanismo utópico. Nele, Filarete desenha uma cidade fantástica chamada Sforzinda que deveria começar a ser construída na data prevista por um astrólogo, com muralhas erguidas de modo a formar um polígono,como uma estrela. No ambicioso projeto, Filarete designava setores para a administração, comércio, hospitais e serviços, numa área verde, com colinas e um rio. As crianças pobres seriam educadas em escolas especiais e existiriam leis severas com o objetivo de ensinar aos habitantes a exercerem a simplicidade. Junto delas, normas de ética e conduta combateriam o caos e contribuiriam para formar uma cidade melhor organizada e mais justa.
A planta da cidade em forma de estrela projetada por Filarete
Mais de 500 anos depois, os jardins da Università Statale di Milano, projetada pelo próprio Filarete, ganham uma instalação do que seria hoje uma cidade ideal. Na programação do Salone del Mobile,treze designers realizaram projetos sustentáveis para a casa ecológica do futuro. Uma construção no estilo oca indígena, uma cúpula de bambú, um diamante que capta os raios solares, uma parede verde que absorve o CO2 da cidade. Tudo isso em um universo que nem Filarete nem Leonardo sonhariam para a nossa degradada realidade urbana. A instalação em Milão, bem como várias manifestações pelo design ecológico durante a programação do Salão, mostram que voltamos para o urbanismo utópico, com a mesma necessidade dos tempos do Renascimento, porém com um caráter muito mais urgente. Precisamos salvar o que ainda resta do nosso planeta.
O Salão do Móvel acontece de 22 a 27 de abril.
A instalação já montada
Reprodução da praça do projeto de Filarete
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